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As baterias eletroquímicas tiveram um avanço muito grande no passado recente. Sendo a forma mais eficiente de se armazenar energia elétrica em grande escala, as baterias aumentaram muito a densidade de energia armazenada e a velocidade de carga, além de sua vida útil. A evolução da tecnologia de baterias tem sido exponencial. Há sete anos o preço da energia (KWh) armazenada em baterias era três vezes maior.

Essa rápida evolução, especialmente das baterias que empregam Lítio e eletrólito líquido, em muito se deveu à elevada demanda dos veículos elétricos, cujo mercado já é uma realidade.

Embora a atual tecnologia ainda seja passível de muito desenvolvimento, montadoras como Volkswagen, Toyota, Nissan, Honda, GM e BMW apostam em uma nova tecnologia: a de Bateria de Estado Sólido (SSB), que com maior eficiência energética e uma vida útil mais longa  prometem reduzir drasticamente seu preço.

As baterias estacionárias, utilizadas para armazenamento em larga escala de energia solar fotovoltaica, por exemplo, são menos exigentes que as automotivas, especialmente quanto à densidade de energia e se aproveitaram de todo o desenvolvimento das baterias veiculares.

Nesse mercado, as baterias de Sódio aparecem como uma alternativa menos exigente em termos de insumos, ambientalmente mais amigáveis e usando insumos mais baratos. A sua desvantagem de menor densidade de armazenamento (em relação às de Lítio) não é uma restrição relevante para as baterias estacionárias.

Ao fim da vida, as baterias de uso veicular podem ainda ser utilizadas por cerca de dez anos em aplicações estacionárias. Esse uso das chamadas “baterias de segunda vida” mostra-se muito promissor, pois permite uma extensão do ciclo de vida da bateria, com um pequeno investimento adicional.

Uma outra tecnologia de baterias são as baterias de fluxo redox, que armazenam eletricidade como energia química em dois tanques. Os tanques são cheios de sais dissolvidos em ácidos inorgânicos que estão conectados a uma ou mais células eletroquímicas pelas quais as baterias são carregadas ou descarregadas. Essas baterias operam com níveis de eficiência de até 80%.

As baterias de fluxo são particularmente adequadas para uso estacionário em sistemas de armazenamento de grande porte conectados a fontes renováveis, especialmente para usos com longos tempos de descarga. Por não serem usadas em veículos, não tiveram o mesmo desenvolvimento acelerado que as demais baterias. Mais aprimoramentos ainda são necessários para reduzir o seu custo e aumentar sua eficiência, mas são também muito promissoras.

Além das baterias existem diversas outras tecnologias alternativas de armazenamento estacionário de energia elétrica. As Usinas Hidrelétricas Reversíveis, o armazenamento em Ar Comprimido, o armazenamento Gravitacional e o armazenamento em Hidrogênio são algumas possibilidades que se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento e que têm nichos particulares de aplicação. Dentre as alternativas, o armazenamento por baterias figura entre as tecnologias que melhor se adequam ao armazenamento de fontes renováveis intermitentes, tendo em vista a sua elevada eficiência, facilidade de instalação (não demandam recursos hídricos ou conformações topográficas particulares) e a sua evolução tecnológica exponencial prenuncia acentuada redução de custos no futuro.

Professor Mario Olavo Magno de Carvalho | Consultor da SER
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