SER Renováveis

O dia da inovação foi criado em 2010 por iniciativa do Ministério da Ciência Tecnologia
e Inovações (MCTI). A data tem a finalidade de sensibilizar e conscientizar a sociedade às
contribuições da inovação para o desenvolvimento do país. A inovação é uma força transformadora que impulsiona o progresso e por isso desempenha um papel fundamental nos desafios contínuos do setor de energia para um desenvolvimento de uma economia sustentável.

A invenção se refere a criação de algo novo, original. É considerada inovação quando
possui aplicação prática e bem-sucedida, trazendo valor para as pessoas e à sociedade. Ao longo da história, diversas foram as invenções transformadas em inovação, como por exemplo a eletricidade que gerou impacto real no nosso cotidiano.

No contexto de transição energética qual invenção será considerada como inovação? Em
outras palavras, quais ideias originais terão a aplicação bem-sucedida no mercado e irão gerar
impacto na sociedade?

Na busca pelo protagonismo brasileiro na transição energética, os investimentos na
inovação para produção de hidrogênio de baixo carbono pode transformar os grandes desafios
em grandes oportunidades. As cadeias de produção do hidrogênio de baixo carbono ainda
encontram grandes necessidades de desenvolvimento tecnológico em nível global, o que coloca os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação como elos fundamentais desse processo.

As políticas públicas relacionadas a inovação do hidrogênio, apesar de um tema com bastante força e notoriedade atualmente, desde os anos 90 pode ser observado no Brasil. Em 1995, o MCTI iniciou sua atuação na temática da Energia do Hidrogênio, e um dos primeiros
grandes marcos foi a implementação do Centro Nacional de Referência em Energia do
Hidrogênio (CENEH), em 1998. Em 2002, o mencionado Ministério divulgou o Programa
Brasileiro de Células a Combustível (ProCaC), que possuía como objetivo “organizar e promover ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, por intermédio de projetos associados entre entidades de pesquisa e a iniciativa privada”. O ProCaC contou com a participação de empresas e universidades e, em 2005, passou por uma reformulação, recebendo o nome de “Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Economia do Hidrogênio” (ProH2).

Em 2003, o País tornou-se membro da Parceria Internacional para Hidrogênio e Células
a Combustível na Economia – IPHE1 (International Partnership for Hydrogen and Fuel Cells in the Economy), que visa trocar informações governamentais, industriais e acadêmicas no assunto de células a combustível e o hidrogênio na sociedade. Em 2005, a MME publicou o “Roteiro para a Estruturação da Economia do Hidrogênio no Brasil”, com metas ao longo de 20 anos. Em 2010, a publicação “Hidrogênio energético no Brasil: Subsídios para políticas de competitividade: 2010-2025” (CGEE, 2010) expôs recomendações para o incentivo à economia do hidrogênio, com a
inclusão de ministérios (MCTI, MME e MMA, por exemplo), agências governamentais (Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, CNPq, Finep, BNDES e Inmetro, por exemplo) e instituições de pesquisa (Cepel, CPqD, INT e Lactec, por exemplo).

Dessa forma, é claro perceber que o assunto não é novidade e já vem sendo objeto de estudos e pesquisas ao longo de anos. Porém, é no cenário atual, de emergência global, que o assunto se tornou prioridade. O Plano Trienal de 2023 do Programa Nacional do Hidrogênio, publicado recentemente, apresenta metas ambiciosas e propõe elevar o investimento anual em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) para R$ 200 milhões de reais até 2025, valor quase sete vezes maior do que o registrado em 2020.

A destinação de recursos para P&D&I além de permitir a viabilização de projetos de
demonstração, possui potencial para reduzir os custos associados à sua produção, transporte e
armazenamento, os quais ainda se mostram elevados quando comparados às tecnologias
existentes. Assim, a instalação de plantas pilotos em todas as regiões do Brasil até 2025,
possibilitarão a colaborações entre universidades, institutos de pesquisa e empresas para gerar projetos tecnológicos, solidificando o ecossistema nacional nessa área.

SER Expert – Lêda Maria Freitas de Lucena | Engenheira Eletricista