No setor elétrico, a participação de geração das fontes renováveis, que registrou recordes em 2023, prevê a integração cada vez maior no sistema, com transformações significativas no mercado, desenvolvimento de novas tecnologias e inovações promissoras para ano de 2024.
As transformações no mercado de energia são esperadas pela abertura do mercado livre de energia, estabelecida pela portaria MME 50/2022, que entra em vigor em janeiro de 2024, permitindo a qualquer consumidor do Grupo A, independentemente do seu consumo, a opção de compra de energia elétrica a qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional. A abertura do mercado traz maior liberdade de escolha para os consumidores, com oportunidade de alocação de novos projetos de geração. Outro fato a ser considerado para maior segurança aos agentes é o aumento de carga de 3,5% para o próximo ano, apontado pelo Planejamento Energético Anual, realizado pela ONS, CCEE e EPE, alcançando 78.447 MW médios.
No desenvolvimento de nova tecnologias, as fontes renováveis têm avanços significativos. Para o setor eólico e fotovoltaico os desenvolvimentos tecnológicos das turbinas e painéis propiciam maiores capacidades de geração, utilização de novos materiais e aumento de eficiências. O Plano da Operação energética – PEN, publicado pela ONS tem como objetivo apresentar as avaliações das condições de atendimento ao mercado previsto de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN e indica a evolução da matriz para geração eólica de 28 GW para 31 GW em 2024, e de 10 para 15 GW de solar centralizada.
O avanço das fontes de energia variável na matriz e as mudanças climáticas são fatores que trazem desafios adicionais na dinâmica para operação do sistema brasileiro, que cobre uma extensão territorial superior à da União Europeia. O operador nacional, através das participações ativas em debates e discussões em encontros que reúne os operadores dos maiores sistemas elétricos do mundo, destacam a complexidade do Sistema Nacional Interligado.
A composição crescente da intermitência intensifica a importância das soluções de armazenamento de energia ao sistema elétrico. Para a integração de baterias e outras soluções de armazenamento ao sistema elétrico brasileiro projeta-se a realização de leilões de reserva de capacidade para o ano de 2024.
Na transição energética, o hidrogênio é o segmento que ganhou destaque, globalmente, e para o Brasil, representa uma oportunidade promissora nos próximos anos. O desenvolvimento da tecnologia e discussões regulatórias avançam paralelamente para que o país se destaque e possa se tornar líder no mercado.
Para segurança jurídica aos investidores e preços competitivos, o Brasil espera a aprovação do Marco Regulatório do Mercado de Hidrogênio, através dos diferentes projetos de lei que rodam na câmara e no senado. A aprovação é essencial para a atração de grandes investimentos em 2024 no Brasil. Paralelamente aos avanços regulatórios, o governo federal se posicionou com metas ambiciosas de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) de projetos de hidrogênio em todo território nacional, prevendo o investimento de R$200 milhões de reais até 2025.