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Diferentemente dos anos anteriores, que registraram recordes históricos de expansão centralizada de energia eólica e solar na matriz elétrica, com 10,31 GW em 2023 e 10,55 GW em 2024, projeta-se uma desaceleração no ritmo de crescimento da capacidade instalada para essas fontes em 2025. As projeções do PMO (Programa Mensal da Operação), que consideram as reuniões mensais de Monitoramento da Expansão da Geração, coordenadas pela SFT/ANEEL, indicam um crescimento de aproximadamente 7 GW em geração centralizada solar de energia solar e eólica. 

Os desafios enfrentados pelo setor estão relacionados à operação do sistema, em função do aumento expressivo da participação de fontes de energia variável, dos impactos das mudanças climáticas, do desequilíbrio entre carga e geração e das limitações na infraestrutura de transmissão. A complexidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) resultou, ao longo de 2024, em restrições operacionais severas para os agentes de geração eólica e solar centralizadas. 

Esse contexto reforça a necessidade de soluções inovadoras para garantir maior flexibilidade na operação do sistema. Tecnologias como baterias, programas de resposta à demanda e gerações térmicas flexíveis despontam como protagonistas para enfrentar os desafios previstos para 2025. 

Visando ampliar a flexibilidade e a confiabilidade do sistema, o ONS vem alertando, por meio de estudos como o PEN 204 e o PAR/PEL 2024, para a necessidade de realização de leilões anuais de reserva de capacidade. Esses documentos destacam que o SIN está se transformando em um sistema com excedente em geração, mas restrito em potência. Assim, os leilões de reserva são considerados essenciais para aumentar a disponibilidade do atributo potência. 

Para reduzir cortes na geração eólica e solar, medidas operacionais serão implementadas ao longo de 2025. Entre elas, destaca-se a entrada em operação de bancos de capacitores série com sistemas bypass, que evitarão sobrecargas nas linhas de transmissão e aumentarão a resiliência do SIN. Além disso, o Operador recomendou a instalação de compensadores síncronos no Ceará e no Rio Grande do Norte, com o objetivo de reforçar a capacidade do sistema em absorver perturbações e melhorar a eficiência do escoamento da geração renovável. 

Diante desse cenário, é evidente que o setor elétrico brasileiro enfrenta desafios cada vez mais complexos para equilibrar a expansão das fontes renováveis com as dificuldades operativas do Sistema Interligado Nacional. A desaceleração projetada para 2025 destaca a importância de estratégias que ampliem a flexibilidade e a resiliência do sistema, garantindo não apenas o crescimento sustentável da matriz elétrica, mas também a confiabilidade do fornecimento. Medidas como leilões de reserva de capacidade, entrada em operação de novas subestações e linhas de transmissão, além da adoção de tecnologias inovadoras, serão fundamentais para a harmonia do sistema. Essas ações reforçam a posição do Brasil como líder em energias renováveis e como um país preparado para enfrentar os desafios da modernização do setor elétrico.